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Antonio Augusto Nery

         António José Saraiva e As Ideias de Eça de Queirós (1946)

Resumo: O objetivo do trabalho é averiguar as teses formuladas por António José Saraiva (1917–1993) em seu livro As ideias de Eça de Queirós (1946), no qual está explícito uma proposta de leitura da produção literária de Eça. Pretendo investigar em que medida as reflexões de Saraiva, ainda hoje importante para os estudiosos da obra de Eça de Queirós, atuou na cristalização da imagem de que o escritor teria sido um crítico atroz e “revolucionário” de Portugal e dos portugueses em algumas obras e, em outras, um condescendente, apaziguado com o próprio país e seu povo. Para tanto, dedicarei atenção principalmente às análises voltadas aos contos e crônicas escritos por Eça entre 1866 e 1867, coligidos postumamente no volume Prosas bárbaras (1903).

António Augusto Nery é Doutor em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (USP), Pós-doutor em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de Coimbra, é Professor na Graduação e na Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pesquisa e orienta trabalhos sobre a Literatura Portuguesa produzida no século XIX e na Contemporaneidade, além dos diálogos desta com a Literatura Brasileira e outras Literaturas. Também investiga a relação entre Literatura e Religião. Entre os seus principais interesses de pesquisa estão as obras de autores como Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco e José Saramago.

 

 

António Bento

         («Assim como na Calcetaria havia uma casa onde se fazia moeda, no Rossio havia outra em que se faziam judeus»). Sobre o significado de uma frase atribuída a Frei Domingo de São Tomás que serve de epígrafe e de mote ao desenvolvimento da tese de A. J. Saraiva em Inquisição e Cristãos-Novos

 

Resumo: Apoiando-se nas fontes documentais disponíveis, a presente comunicação visa esclarecer o significado da expressão «fazer judeus» ou «fabricar judeus» nos autores que a transcreveram e utilizaram antes de A. J. Saraiva a ter transformado num slogan e elevado à condição de chave interpretativa da Inquisição portuguesa.

 

António Bento é professor na Universidade da Beira Interior. A sua investigação centra-se nas áreas da Filosofia Política, Teoria Política, Comunicação Política, Retórica e Estudos Judaicos.

 

 

Bernardo Vasconcelos e Sousa

         António José Saraiva e a História da Cultura em Portugal

Resumo: Publicado em 1950 pelo Jornal do Foro, o primeiro volume da História da Cultura em Portugal, de António José Saraiva, constituiria um marco fundador de uma nova forma de encarar a história da cultura entre nós.

Escrito em condições muito difíceis (em 1949 o Autor fora proibido de ensinar em escolas oficiais por ter apoiado a candidatura presidencial de Norton de Matos, vindo a ser preso nesse mesmo ano), o volume de 793 páginas tratava no seu “Livro Primeiro”, “A Idade Média até à Crise Social do séc. XIV” e, no “Livro Segundo”, “A Transição para a Idade Moderna”.

Em ruptura com a enraizada tradição de uma história da literatura que se enredava num esquema limitado de análise dos autores e da respectiva escrita segundo os três tópicos clássicos de “vida, pensamento e obra”, a proposta de Saraiva surgia então como uma análise da produção literária inserida no seu contexto social, ou seja, na sua concreta historicidade, sem nunca descurar as características e os percursos pessoais de cada autor.

Bernardo Vasconcelos e Sousa é licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1980) e doutorado em História Económica e Social da Idade Média pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1995), onde é professor associado no departamento de História, coordenador do Mestrado em História (desde 2010) e co-fundador e co-coordenador do Mestrado em Ciências da Informação e da Documentação (2004-2010). É investigador integrado do Instituto de Estudos Medievais e membro correspondente da Academia Portuguesa da História. Foi director do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (IAN/TT), entre 1998 e 2001.

Entre as suas publicações, contam-se Os Pimentéis. Percursos de uma Linhagem da Nobreza Medieval Portuguesa (Séculos XIII-XIV), 2000 (Prémio Júlio de Melo Fogaça, da Academia das Ciências de Lisboa); D. Afonso IV (1291-1357), 2005, e a parte sobre Idade Média da História de Portugal dirigida por Rui Ramos, 2012 (Prémio D. Dinis 2009, da Fundação Casa de Mateus). Coordenou a obra Ordens Religiosas em Portugal. Das Origens a Trento – Guia Histórico, 2006 (Prémio A. de Almeida Fernandes de História Medieval Portuguesa) e o volume sobre a Idade Média da História da Vida Privada em Portugal, dir. por José Mattoso, 2010. Co-editou o livro The Historiography of Medieval Portugal (c. 1950-2010), dir. por José Mattoso, 2012.

Eduardo Lourenço

Eduardo Lourenço Natural de São Pedro do Rio Seco (Almeida, Guarda). Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas (1946).
Foi professor e leitor em diversas universidades, quer nacionais, quer internacionais, e Conselheiro Cultural junto da Embaixada Portuguesa em Roma (1989 a 1991).
Foi galardoado com diversos prémios, graus, títulos honoríficos e condecorações.
É autor de uma vasta bibliografia, destacando-se: Heterodoxia I, 1949; O Desespero Humanista na Obra de Miguel Torga e o das Novas Gerações, 1955; Heterodoxia II, 1967; Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista, 1968; Fernando Pessoa Revisitado. Leitura Estruturante do Drama em Gente, 1973; Tempo e Poesia – À Volta da Literatura, 1974; Os Militares e o Poder, 1975; O Fascismo Nunca Existiu, 1976; Situação Africana e Consciência Nacional, 1976; O Labirinto da Saudade – Psicanálise Mítica do Destino Português, 1978; O Complexo de Marx ou o Fim do Desafio Português, 1979; O Espelho Imaginário – Pintura, Anti-Pintura, Não-Pintura, 1981; Poesia e Metafísica – Camões, Antero, Pessoa, 1983; Fernando, Rei da Nossa Baviera, 1986; Nós e a Europa ou as Duas Razões, 1988; L’Europe Introuvable. Jalons pour une Mythologie Européenne, 1991; O Canto do Signo – Existência e Literatura (1957-1993), 1994; A Europa – Para uma Mitologia Europeia, 1994; Nós Como Futuro, 1997; O Esplendor do Caos, 1998; A Nau de Ícaro, seguido de Imagem e Miragem da Lusofonia, 1999; Portugal como Destino, seguido de Mitologia da Saudade, 1999; A Noite Intacta. (I)recuperável Antero, 2000; La Culture à l’Ère de la Mondialisation, 2001; O Lugar Do Anjo – Ensaios Pessoanos, 2004; O Outro Lado Da Lua – a Ibéria Segundo Eduardo Lourenço, 2005; A Morte De Colombo – Metamorfose e Fim Do Ocidente Como Mito, 2005. Outros títulos vêm saindo na Gradiva, a par das obras completas, em curso, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Ernesto Rodrigues

         António José Saraiva, epistológrafo 

Resumo: O tom epistolar de António José Saraiva é próximo e familiar com Óscar Lopes, agradecido com Luísa Dacosta, e, no caso de Teresa Rita Lopes, apaixonado. Exilado aos 42 anos, em urgência de amigos frente aos quais se desvela até à intimidade, as centenas de missivas entretanto conhecidas são um testemunho raro para décadas de um singularíssimo percurso individual, bem como da política e cultura nacionais, em que a letra difícil e só por milagre datada ilumina outros universos – desde logo, a emigração e exílio franceses – e várias personalidades, mesmo fugidias. Também pontos altos do curso político internacional não são esquecidos.

 

[Corpus deste artigo: António José Saraiva e Óscar Lopes: Correspondência, edição de Leonor Curado Neves, 2005; António José Saraiva e Luísa Dacosta: Correspondência, ed. de Ernesto Rodrigues, 2011; Cartas de Amor de António José Saraiva a Teresa Rita Lopes, ed. de Ernesto Rodrigues, 2013, todos em Lisboa, Gradiva.]

Ernesto Rodrigues, poeta, ficcionista, crítico, ensaísta, editor literário e tradutor de húngaro, é Doutor em Letras e Agregado em Estudos de Literatura e Cultura pela Universidade de Lisboa, em cuja Faculdade de Letras ensina e dirige o CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias.

Fernando Venâncio

         António José Saraiva linguista

 

Resumo: Na sua História da Cultura em Portugal (1950), António José Saraiva reflecte detidamente sobre os 'materiais linguísticos' de que poetas e prosadores medievais se serviam, vincando ora a pobreza ora a abundância lexicais. Em obra posterior, A Cultura em Portugal. Teoria e História (1981), dedica ao idioma o capítulo 'Observações sobre a língua portuguesa como expressão cultural'. Aí desenha uma história da língua e passa em revista as suas características que a aproximam e a afastam do castelhano. A exposição é patentemente informada, primando sempre pelo pormenor. Uma ou outra incoerência interna não lhe afecta as virtudes.  

Fernando Venâncio formou-se em Linguística Geral, na Universidade de Amesterdão (1976). Aí se doutorou em 1995, com um estudo sobre As ideias de língua literária em Portugal no século XIX. Publicou estudos sobre «brasileirismos em Portugal», as reformas ortográficas e o Português Fundamental. Além de colaborador na Imprensa literária, é autor dos romances Os Esquemas de Fradique (1999) e El-Rei no Porto (2001) e da antologia Crónica Jornalística. Século XX (2004), entre outros títulos.

Herman Prins Salomon

         Um precursor inédito de Inquisição e Cristãos-Novos: Os Agravos e Gravames de 1672

Resumo: Ao redor de 1674, com a presença do P. AntónioVieira em Roma, foram apresentados ao Papa Inocêncio XI dois memoriais anónimos em manuscrito, atacando o Santo Ofício de Portugal: um em português, atribuído ao P. Vieira, sem título, mas conhecido como Notícias Recônditas (as duas primeiras palavras do título que lhe foi dado aquando de sua publicação meio século mais tarde, em Londres e em várias reedições posteriores). O outro Memorial, em italiano, cujo longo título começa com as palavras Spiegazioni e Prove delli 31 Gravami e na sua tradução portuguesa Explicações e provas dos agravos (dos 31 gravames), é geralmente referido como Os Gravames. A tese das Notícias – fundamentada na exacta análise de 17 processos de um período de 12 anos – é que o procedimento inquisitorial nunca pretendeu distinguir entre culpabilidade do “crime de Judaísmo” e inocência dele, mas unicamente extrair confissões e denúncias de “judaísmo” a todo o réu reputado “cristão-novo”. Esta obra, que provocou uma suspensão de 7 anos (1674-1681) nas actividades dos 3 tribunais do reino, serviu de base à negação por António José Saraiva – no seu livro de 1969 – de qualquer substância ao “judaísmo” de que foram acusados os “cristãos-novos”, que eram na verdade simplesmente católicos, tais e quis como os “cristãos-velhos”. Mas Saraiva desconheceu o outro Memorial anti-Inquisitorial apresentado ao papa em 1674 – Os Gravames –, que devia ter pesado ainda mais na decisão do papa, que ficou inédito e quase desconhecido dos historiadores da Inquisição portuguesa, e que muito tinha podido reforçar a tese de Saraiva, se tivesse chegado ao seu conhecimento. Esta obra, de que estou a preparar uma edição crítica bilingue, demonstra que o Santo Ofício Português justificou a sua sempre intensificada perseguição aos “cristãos-novos”  – uma parte numericamente importante da população portuguesa de então – pela atribuição a estes de uma culpa colectivamente herdada, e supostamente presente no sangue super-infecto de cada um deles, que pediram contra si e contra os seus descendentes os judeus que teriam matado a Cristo. De acordo com a Inquisição portuguesa, até ao fim dos tempos, nunca poderia haver cristão-novo português inocente.

Herman Prins Salomon is Professor Emeritus in the Department of Languages Literatures and Cultures of the University at Albany. He was born in the Netherlands, and moved with his family to Canada in 1940. He returned to the Netherlands in 1945.

His university education included studies in Romance Languages at the University of Amsterdam where he obtained his Candidaats Diploma and Doctoraal Diploma. He also received a Master of Arts degree from New York University and a Doctorate in Letters at the Catholic University of Nijmegen (now Radboud Universiteit Nijmegen). He received an Honorary Doctorate from the University of Lisbon in 2012.

Professor Salomon has taught  at the University at Albany and elsewhere around the world. He has made presentations and given lectures in the United States and Europe.

Professor Salomon has a wide variety of interests and is an avid cycler.  His hiking experiences were central to his activities as an Assistant Scoutmaster in Albany.

 

José António Saraiva

         Retrato em Família

José António Saraiva formou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, em 1973.

Colaborou, entre 1969 e 1983, com o arquitecto Manuel Taínha, trabalhando como profissional liberal em vários projectos, designadamente: Moradia Martins dos Santos, Cascais; Centro de Saúde Distrital, Lisboa; Conjunto de Habitação Social, Praias do Sado, Setúbal; Agência da Caixa Geral de Depósitos, Santiago do Cacém; Centro Social das Minas da Panasqueira, Covilhã; Conjunto Habitacional de Miraflores, Algés.

Concebeu as cenografias para as peças de Jaime Salazar Sampaio O Poço, levada à cena no anfiteatro da Sociedade Portuguesa de Autores, e Conceição ou O Crime Perfeito, no São Luiz (Foyer).

Exerceu funções docentes no Centro de Formação da Radiotelevisão Portuguesa entre 1977 e 1980, tratando o tema «Escrever para Televisão».

Colabora em jornais e revistas desde 1965, com longas passagens no Expresso e Sol, que dirigiu. Escreveu: Do Estado Novo à Segunda República, 1974; O 28 de Maio e o Fim do Liberalismo (2 volumes), 1976, com Júlio Henriques; O 25 de Abril Visto da História, 1976, com Vicente Jorge Silva; Bertrand – A História de Uma Editora, 1980; O Palácio de Belém, 1985; O Último Verão na Ria Formosa - romance, 2001; Dicionário Político à Portuguesa - crónicas, 2002; Confissões de Um Director de Jornal - memórias, 2003; Jardim Colonial - romance, 2005; As Herdeiras de Adriano Gentil - romance, 2006; Confissões II, 2006; Política à Portuguesa – Ideias, Pessoas e Factos, 2007.

Galardoado em 2004 com o Prémio Luca de Tena atribuído pelo jornal espanhol ABC ao jornalista mais distinguido no espaço das línguas portuguesa e espanhola.

José Gil

José Gil Nasceu em 1939, em Lourenço Marques, Moçambique. Após completar o ensino secundário na capital moçambicana, veio, em 1957, estudar na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde se inscreveu no curso de Ciências Matemáticas. Contudo, logo no ano seguinte, mudou-se para Paris, onde prosseguiu os estudos em Matemática. Percebeu que a sua área preferida era a Filosofia, trocou de curso. Em 1968, concluiu a licenciatura em Filosofia na Sorbonne, e o mestrado de Filosofia (1969), com uma tese sobre a moral de Kant. Concluiu o doutoramento (1982) com a tese Corpo, Espaço e Poder, editada em livro em 1988.
Em 1976, regressou a Portugal para ser adjunto do secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica. Cinco anos mais tarde, instalou-se definitivamente em Portugal, quando passou a ser professor auxiliar convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL. Leccionou Estética e Filosofia Contemporânea. Paralelamente, deu aulas no Colégio Internacional de Filosofia, de Paris, em Amesterdão e na Universidade São Paulo. Orientou seminários em Porto Alegre e participou em congressos de Filosofia nos Estados Unidos.
Publicou diversos artigos e ensaios científicos em revistas e enciclopédias de todo o mundo. Em 2004, publicou Portugal, Hoje. O Medo de Existir, a sua primeira obra escrita directamente em português. Antes, já tinha publicado sobre temas tão diversos como Salazar, Fernando Pessoa (a que regressaria), a Córsega, o corpo ou O Principezinho, de Saint-Exupéry. Em Janeiro de 2005, Le Nouvel Observateur integrou José Gil no grupo dos 25 grandes pensadores do mundo.

José Luís Garcia

         Progresso e Tecnologia no pensamento de António José Saraiva

José Luís Garcia é doutorado em Ciências Sociais pela Universidade de Lisboa e Investigador Principal no respectivo Instituto de Ciências Sociais. Integra a direcção da SPT - Society for Philosophy of Technology (EUA) e participa noutras associações científicas nacionais e internacionais: APS - Associação Portuguesa de Sociologia, SOPCOM - Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, EASST - The European Association for the Study of Science and Technology, FES - Federación Española de Sociologia, 4S - Society for Social Studies of Science e Simmel Society.

Alguns livros, em colaboração ou como editor: Salazar, o Estado Novo e os Media, 2017; Cultura Digital em Portugal, 2016; Pierre Musso and the Network Society: From Saint-Simonianism to the Internet, 2016; La Contribution en Ligne: Pratiques Participatives à l’Ère du Capitalisme Informationnel, 2014; Jacques Ellul and the Technological Society in 21st Century, 2013; Estudos sobre os Jornalistas Portugueses - Metamorfoses e Encruzilhadas no Limiar do Século XXI, 2009; Razão, Tempo e Tecnologia. Estudos em Homenagem a Hermínio Martins, 2006; Dilemas da Civilização Tecnológica, 2003.

José Neves

         O nacionalismo de António José Saraiva – De Paris a Alfama

José Manuel Viegas Neves é Professor Auxiliar do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É licenciado (2001) e Doutor em História (2008) pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

É Coordenador da Linha de Investigação «Cultura, Identidades e Poder», Instituto de História Contemporânea da FCSH-Nova (2011 - ), Director da revista Práticas da História e Director-Adjunto (área da História) da Revista Análise Social (2011 - )

Desenvolve investigação nas áreas de História da Cultura e Estudos Culturais, História das Ideias Políticas e dos Movimentos Sociais, Historiografia e Teoria da História, História dos Comunismos, Estudos sobre Nacionalismo, Pós-colonialismo e História do Anticolonialismo e História e Sociologia do Desporto.

É autor, entre outros títulos, de Quem Faz a História – Ensaios sobre o Portugal Contemporâneo (org.), 2016;  Uma História do Desporto em Portugal (co-org. com Nuno Domingos, 3 vols.), 2011; Como se Faz um Povo – Ensaios para a História do Portugal Contemporâneo (org.), 2010); A Política dos Muitos - Povo, Classes e Multidão (co-org.), 2010; Comunismo e Nacionalismo em Portugal – Política, Cultura e História no Século XX, 2008 e 2010 (que obteve o Prémio de Ciências Sociais A. Sedas Nunes 2010, o Prémio CES Jovens Cientistas Sociais de Língua Portuguesa 2009 e o Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2008); Da Gaveta para Fora – Ensaios sobre Marxistas (org.), 2006; Álvaro Cunhal – Política, História e Estética (org.), 2013.

 

 

Maria Eduarda Vassallo-McGeoch

         Ideias e uma Tertúlia

 

Resumo: Em 1946, a obra As Ideias de Eça de Queirós. Ensaio vence o Prémio Eça de Queiroz «instituído pelo comendador Albino de Sousa Cruz e conferido pela Classe de Letras da Academia das Ciências [de Lisboa] ao melhor trabalho sobre as “Ideias de Eça de Queiroz”». Em 1990, o autor, António José Saraiva, publica A Tertúlia Ocidental. Estudos sobre Antero de Quental, Oliveira Martins, Eça de Queiroz e outros. Desejaria traçar um arco sobre os mais de quarenta anos de estudo que separam estas duas obras para as contrastar e reunir, e fazê-lo através de leitores e críticos de António José Saraiva e da História da Literatura Portuguesa, cuja autoria partilha com Óscar Lopes. Maria Manuela Gouveia Delille (1984), Carlo Arrigoni (2013), Maria Eduarda Vassallo Pereira (1983) e Eduardo Lourenço (1983) dialogaram, nos seus textos, com António José Saraiva, trazendo à discussão a qualidade e a origem intelectual do panteísmo em Eça de Queiroz, a questão da influência de Proudhon em Eça, e na sua geração, e a questão, mais radical, de saber se Proudhon é o melhor instrumento para ler Eça, a concepção de conto e os seus modos de execução, o conceito de fantasia, a imagem de Anthero. Neste percurso crítico tento seguir aquele que é o movimento do autor na sua compreensão da “geração de Anthero”, e o próprio modo como ao seu leitor a oferece: indo de Eça de Queiroz, nos seus textos, às questões que partilhou com os seus companheiros intelectuais, das “ideias” à sua execução artística, e de Eça de Queiroz a (alguns d)os seus notáveis amigos: Oliveira Martins, Anthero de Quental e Jayme Batalha Reis.

 

Maria Eduarda Vassallo-McGeoch (Lisboa, 1952). Pós-doutoramento como visiting scholar na Brown University (1998-99), com um projecto sobre Prosa Portuguesa do Século XIX. Doutoramento em Letras, especialidade Literatura Portuguesa, pela Universidade de Lisboa (1997). Assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa entre 1976 e 1988. Leitora do Instituto Camões nas Universidades de Barcelona (1999-2001), Salamanca (2001-2002) e Leeds (2004-2008). Presentemente investigadora do CLEPUL, com um projecto intitulado “Face a Anthero: Imagens do Poeta Romântico no Século XIX Português”. Publicações mais recentes: “Anthero. Poesia. Visão Moral do Mundo”, in Avanços em Literatura e Cultura Portuguesas. Da Idade Média ao Século XIX, Actas do X Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas, Petar Petrov, Pedro Quintino de Sousa, Roberto López-Iglésias Samartin, Elias J. Torres Feijó (ed), 2012: 421-440; “Pessoa, Anthero e a Autobiografia sem Factos”, in Central de Poesia  ̶  O Livro do Desassossego, Patrícia Soares Martins, Golgona Anghel, Fernando Guerreiro (ed), 2014: 143-161; “As Farpas”, in Dicionário de Eça de Queiroz, 3.ª ed., 2015. 

Miguel Real

         Raiz & Utopia: o último ideal de António José Saraiva

Resumo: Na década de 1970, nas páginas da revista Raiz & Utopia, António José Saraiva opõe a uma sociedade dicotómica, assente na hierarquia e na burocracia /capitalismo americanos e socialismo soviético), uma sociedade de “pessoas”, igualitária, assente na autonomia de cada um e na partilha dos valores comuns da generosidade, uma sociedade de relações horizontais assente na igualdade comum, espécie de comunitarismo de base, centrado na vivência colectiva de pequenos grupos autónomos, usando tecnologias limpas, com evidentes preocupações ecológicas, trabalhando e produzindo segundo ritmos naturais em pequenas unidades económicas complementares entre si, integrando assim o trabalho num ambiente social de expressão lúdica, separando radicalmente investigação científica de aplicação tecnológica – esta última então do profundo desagrado de António José Saraiva. Na revolução comportamental que a “utopia” de António José Saraiva anuncia, como que opõe às antigas e passadas categorias sociológicas e civilizacionais de “grande”, “complexo”, “massas” e “quantitativo”, as futuras de “pequeno”, “simples”, “pessoas” e “qualitativo”, estas três últimas enquadradoras da transformação radical da estrutura da vida quotidiana dos seres humanos, uma espécie de neo-franciscanismo.

 

Miguel Real nasceu em Lisboa em 1953 e é sintrense por adopção.

Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta com uma tese sobre Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa.

Professor de Filosofia no Ensino Secundário e especialista em Cultura Portuguesa, possui uma vasta obra dividida entre o ensaio, a ficção e o drama (neste último género sempre em colaboração com Filomena Oliveira), tendo recebido o Prémio de Revelação nas áreas da Ficção e do Ensaio Literário da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Ler/Círculo de Leitores, o Prémio da Associação dos Críticos Literários, o Prémio Fernando Namora da Sociedade Estoril-Sol, atribuído ao romance A Voz da Terra, também finalista do Prémio de Romance e Novela da APE, e o Prémio SPA Autores pelo romance O Feitiço da Índia.

É colaborador permanente do JL, onde faz crítica literária.

Nuno Meireles

 
         António José Saraiva e Gil Vicente: teses, antíteses e sínteses

 

Resumo: A presente comunicação pretende realçar de António José Saraiva, do espectro vasto da sua acção crítica e historiográfica, o valor da sua leitura e estudo de Gil Vicente.

Sob a dinâmica forma de «Teses, Antíteses e Sínteses» observaremos a pluralidade de contributos trazidos por António José Saraiva e até suscitados por ele, no tocante aos estudos vicentinos. Numa primeira parte, «Teses», constataremos a formação e exposição dos primeiros olhares, com especial destaque para o que constituiu a sua tese de doutoramento, Gil Vicente e o fim do teatro medieval" e o seu contributo para um novo olhar sobre o dramaturgo. 

À parte anterior contraporemos a parte que denominamos «Antíteses»: recepção crítica de outros estudiosos à abordagem tomada, assim como a autocrítica dos próprios pontos de vista por parte do autor. 

A esta segunda parte, faremos suceder uma terceira, que designamos por «Sínteses»: revisão da perspectiva inicial de António José Saraiva em combinação com as reacções críticas, concluindo a nossa comunicação no seu último modo de enquadrar, editar, historiar e criticar Gil Vicente.

 

Nuno Meireles é licenciado em Estudos Teatrais pela ESMAE-IPP, docente no Curso de Animação e Produção Artística da ESE-IPB e no Curso de Teatro da Escola Superior Artística do Porto (ESAP), onde organizou recentemente o Colóquio «Gil Vicente - Cinco séculos de escrita e de cena». 

 

 

Paulo Borges

         A saudade e a não-ocidentalidade da cultura portuguesa em António José Saraiva

Resumo: O sentimento da saudade e a reflexão em seu torno são recorrentes e marcantes na cultura galaico-portuguesa, popular e erudita, desde os cancioneiros medievais até à actualidade, independentemente da questão de constituir uma das características ou a característica fundamental da cultura portuguesa, o que pressupõe uma problemática leitura essencialista e identitária da mesma, a par da promoção da experiência saudosa a núcleo central do que seria essa identidade essencial. Como diz a este respeito António José Saraiva: “É improvável que se trate de um sentimento exclusivamente português; mas é certo que tem na nossa língua e na nossa literatura uma presença saliente e quase obsessiva”.

Seja como for, o facto é que a saudade foi progressivamente assumida como objecto de reflexão, convertendo-se em tema e problema recorrente de uma substancial e representativa vertente do pensamento filosófico português, desde o séc. XV até ao presente, num entrecruzar de leituras e desenvolvimentos, onde se convocam múltiplas abordagens. Pretendemos aqui apontar o contributo que nesse sentido nos oferece a perspectiva de António José Saraiva sobre a saudade e suas conexões e implicações no contexto da sua análise das características da cultura portuguesa, presente nos seus estudos de teoria e  história da cultura em Portugal.

 

Paulo Borges é Professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde trabalha nas áreas de Filosofia da Religião, Filosofia em Portugal e Antropologia e Cultura, e integra o projecto de investigação «A Filosofia e as Grandes Religiões do Mundo». Membro e investigador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, onde coordena o projecto «Agostinho da Silva: estudo do espólio» e integra os projectos «A questão de Deus. História e Crítica» e «Arte e Religião». Doutorou-se em 2000 com uma dissertação sobre Metafísica e Teologia da Origem em Teixeira de Pascoaes.

Além de centenas de conferências e artigos em revistas científicas e obras colectivas, publicados em Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha e Brasil, assinou vários títulos de poesia, romance, teatro, ensaio filosófico e tradução.

 

 

Susana Rosa

         Como um eclipse entre os Godos

 

Resumo: O que descobrimos nas coisas depende em grande parte dos olhos com que as vemos [António José Saraiva, Para a História da Cultura em Portugal, vol. II, 7ª edição, Lisboa: Gradiva, 1995. “Correia Garção”, pp. 150-211.]. A intenção que precede a observação, a perspectiva a partir da qual se observa e as percepções que se obtêm desse processo são conceitos que sustentam a originalidade dos exercícios poéticos de Pedro Joaquim António Correia Garção.

Mentor da Arcádia Lusitana, defendeu a restauração da eloquência e poesia nacionais mediante a eliminação do paradoxo. A consecução deste projecto sustentou-se no estudo, imitação e superação dos modelos clássicos e quinhentistas, atividades que decorreram sob um rigoroso exercício crítico. A sua leitura da Arte Poética de Horácio, porém, contemporânea do Verdadeiro Método de Estudar de Verney, e da Arte Poética de Cândido Lusitano, exigiram ao poeta um reequacionamento do conceito de ‘original’, que resultou num interesse poético novo sobre objectos que, até então, não haviam constituído assunto em poesia.

É objetivo desta comunicação refletir sobre o que António José Saraiva designou de segundo veio [Idem in Correia Garção. Obras Completas. Vol. I. 2ª edição. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1982, p. xxxvi.] na obra do poeta, referindo-se às composições que adoptaram um descritivismo inusitado, anunciando, segundo o autor, a revolução romântica.

 

Susana Rosa é doutorada em Teoria da Literatura pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; investigadora do CLEPUL, integrada no Grupo 1, dedicado ao estudo da Literatura e Cultura Portuguesas.

 

 

 

Teresa Rita Lopes

 

Viveu treze anos em Paris (1963/1976) onde foi professora na Université de la Sorbonne Nouvelle e defendeu a tese de doutoramento F. Pessoa et le drame symboliste – héritage et création (1975). É, desde 1981, professora catedrática de literaturas comparadas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (actualmente jubilada), onde dirige o Instituto de Estudos sobre o Modernismo. Escreve poesia e contos desde sempre, tendo também uma vasta obra dedicada ao teatro, com vinte peças escritas e representadas em Portugal e no estrangeiro. Os seus livros de poesia foram premiados e inseridos em antologias no estrangeiro, destacando-se em 2006 a antologia bilingue, traduzida por Catherine Dumas, La Vie en vers. Trabalha sobre Pessoa desde 1964. Publicou, em Paris, além de artigos vários, estudos sobre e textos inéditos de Pessoa: F. Pessoa et le drame symboliste (Paris 2004, 3ª ed., éditions de la différence); F. Pessoa et le théâtre de l’être (Paris, 1992, la différence); L’Heure du Diable (3ª. ed. 2000) e Le Privilège des Chemins (2ª ed., 2004), ambos na Ed. Corti; Notes en souvenir de mon maître Caeiro (Paris, 1997, ed. Fischbacher). Estuda sistematicamente, sozinha e em grupo, a obra inédita de Pessoa. Daí as obras Vida e obras do Engenheiro e Pessoa por conhecer ( 2 volumes), ambas dadas à estampa pela Estampa. Publicou em S. Paulo (Brasil) uma antologia de Pessoa, com estudo prévio, Os melhores poemas de F. Pessoa, na ed. Global, que conta 12 edições. Coordenou mais de uma vintena de obras de Pessoa no âmbito do Instituto de Estudos Sobre o Modernismo, que dirige, inclusive as da colecção Obras de Fernando Pessoa, da Assírio & Alvim, traduzidas algumas para várias línguas. A obra colectiva Pessoa Inédito (Lisboa, Livros Horizonte, 1993) reúne textos inéditos e pequenos ensaios sobre o autor. Publicou em Junho 1993, na Editorial Estampa, uma edição crítica da obra poética de Álvaro de Campos: Álvaro de Campos, Livro de versos (1993, 3 edições). Em 1997 edita, de Álvaro de Campos, Notas para a recordação do meu Mestre Caeiro (Ed. Estampa) e reedita, com novo prefácio A Hora do Diabo, um conto de Fernando Pessoa (Assírio & Alvim). Em 1998: Pessoa vivendo e escrevendo (Assírio & Alvim). Em 2002: Poesia, de Álvaro de Campo, ed. Assírio & Alvim (3ª ed., 2005). Algumas das suas montagens de textos de Pessoa têm sido representadas em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente Le Théâtre de l’être (em Paris e Bruxelas), Le Privilège des Chemins (no Festival d’Avignon, em Bruxelas, no Théâtre-Poème, e na Comédie Française, em Paris, 2004), e L’Heure du Diable (em Paris, 2003). O grupo de teatro Acta, de Faro, levou à cena em Abril de 1999, uma peça sua (inédita) em que põe em cena Pessoa, Álvaro de Campos e Jorge Luís Borges.

     

Tiago Rego Ramalho

            A crítica romântica da modernidade
Resumo: De um modo geral, a crítica romântica em Saraiva apoia-se nos seguintes argumentos: a crítica do mercado, enquanto espaço privilegiado da «mentalidade burguesa»; a crítica à mecanização e homogeneização dos processos sociais; e a crítica à modernidade progressista, que assume formas de alienação no trabalho; Fazendo uso das formulações conceptuais presentes em Michael Löwy e Robert Sayre, estruturemos a presente crítica de acordo com os anteriores pressupostos: na dimensão espacial, Saraiva valoriza a cultura nacional em face do internacionalismo programa pelo capitalismo (sem prejuízo para o seu cosmopolitismo); no quadro das teorias de integração marcuseanas, valorização das minorias não integráveis como oposição às maiorias identificadas com os valores da «mentalidade burguesa»; ou ainda, primazia da cultura camponesa (não apetrechada pelos valores da mensurabilidade, tal como transparece na «Civilização Burguesa») sobre uma cultura citadina, caracterizada pelo progresso técnico e pela quantificação; na dimensão temporal, o autor critica uma conceção da história ancorada em preceitos científicos e objetivos, que redundam, necessariamente, na valorização do progresso material; critica o modo como o trabalho tem vindo a ser consumindo por formas alienantes, desde logo, pela ausência de ligação entre trabalhador e produto; perante a valorização de um progresso material, em detrimento de um progresso espiritual, Saraiva contrapõe, à Sociedade de Consumo, princípios como a «transparência» nas relações humanas ou o humanismo; por último, na dimensão ontológica, a arte como oposição às alienações da mercantilização; o enfoque na «personalização individual» e na autonomia individual contra as dominações tentaculares da sociedade de consumo burocrática; e, ainda, o utopismo de um ideal comunitário que repousa na ligação harmoniosa, solidária e transparente entre seres humanos.
Tiago Rego Ramalho. Licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais pela UBI. Mestre em História Contemporânea pela FCSH-UNL, com a dissertação  Alienação e Pensamento Político em António José Saraiva.

É investigador integrado do Instituto de História Contemporânea (IHC) – Grupo de Investigação “Cultura, Identidades e Poder”;  Membro fundador do Grupo de Estudos Políticos (2012 -); Membro Associado do Observatório Político.

Recebeu o Prémio de Reconhecimento de Mérito atribuído pela FCSH-UBI. 

Vasco Alexandre Lima

 

Vasco Alexandre Lima nasceu em Lisboa, em 1962. Dos dois aos catorze anos viveu em França, de onde regressou em 1976 para completar o ensino secundário e licenciar-se em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Foi professor do ensino secundário de 1988 a 2014.

Conheceu António José Saraiva em França, em 1969, e com ele regularmente conviveu em três países diferentes, ao longo de quase 25 anos, até ao seu desaparecimento em 1993. Está a escrever uma biografia deste seu maître à penser.

Vicente Jorge Silva

 

Vicente Jorge Silva Realizador e jornalista nascido em 1945, no Funchal. Foi obrigado a abandonar o liceu com apenas 15 anos, devido a problemas com a PIDE. Tendo estado em Inglaterra durante algum tempo, regressou à Madeira em 1961, começando a interessar-se por cinema amador, o que o levou a rodar, nesse ano, uma curta-metragem. De 1963 a 1965, esteve em França e em Inglaterra, passando por diversos empregos. Em 1966, novamente na Madeira, relançou um jornal regional quase inactivo, o Comércio do Funchal, que, a partir de 1969, começou a ter influência no continente, principalmente na área política da esquerda. Depois de 1974, ingressou como director-adjunto no Expresso (onde lançou o Expresso-Revista); e na RTP, e foi director-fundador do Público. Deputado à Assembleia da República pelo Partido Socialista, publica, juntamente com José António Saraiva, o livro O 25 de Abril visto da História: do 25 de Abril às Presidenciais falando do séc. XIX, da República, de Salazar, cuja 2.ª edição foi publicada em 1977. Dos filmes que realizou destacam-se O Discurso do Poder (1976), Vicente Fotógrafo (1978) e Porto Santo (1997).

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